Quando o assunto é óculos tem muita proposta sustentável por aí. O cenário está cheio de marca independente que fabrica a mão, em pequenas cadeias comunitárias e usando matérias primas de reaproveitamento e descarte. O legal de tudo isso, em de produto final, é que a maioria das armações que têm essa pegada ganham uma textura, um peso e um visual bem diferentes do acetato e dos metais mais comuns. Confira algumas iniciativas:
Madeira: são incontáveis as marcas que trabalham com madeira como matéria prima, nos últimos três anos os óculos feitos com ela se destacaram bastante no mundo óptico. Aqui no Brasil algumas marcas ganharam bastante espaço, tanto pelo espaço quanto pela filosofia.
Entre elas tem a carioca Zerezes, que se apropria de materiais de baixo impacto social e alto impacto sensorial, em uma produção local que dá para rastrear (no site deles dá pra saber de toda a equipe e de todos os processos). A Leaf, que foi a pioneira, planta uma árvore a cada 20 peças vendidas, o que faz com que no fim de um ano existam 100 árvores a mais do que o que é utilizado na produção deles.
Outra marca bem legal é a Preza, que começou a produção em uma oficina improvisada na cozinha de um apartamento desocupado. A responsabilidade social, além da preocupação ambiental, é bem forte. Existe uma busca para valorizar o design brasileiro e a fabricação local por meio de uma política de comércio justo e produção consciente, usando como ponto de partida excedentes industriais, batizados de madeiras revisitadas.
Uma dessas iniciativas bem legais da Preza vem da parceria com aldeias indígenas. Nesse ano eles criaram um projeto chamado Kurupi, que une a aldeia Tekoa Pindó Poty, de Porto Alegre e o artista Dione Martins, o Xadalu, conhecido pelo trabalho com temática indígena. São kits com um óculos, uma caixa de madeira, uma arte numerada Xadalu e um artesanato tradicional guarani. Todo lucro será revertido para os índios e serão plantados 120 pau-leiteiros, árvores usadas no artesanato local que estão ameaçadas de extinção.
Jeans: recentemente a marca inglesa Mosevic lançou uma coleção de óculos de sol feitos com retalhos de jeans antigos. A Worn Collection é uma linha que recupera pedaços que, depois de recortados, são revertidos por resina sintética, criando um material sólido e resistente que foi apelidade de Solid Denim. Apesar do processo contar com máquinas tecnológicas a finalização é toda feita a mão.
Discos de vinil: a Tipton Eyeworks, que fica em Budapeste, na Hungria, lançou a Vinylize, uma linha só de óculos feito com LPs antigos. O resultado foram óculos bem estilosos e muito resistentes. Essas armações seguem muito pela tendência trazida pela Taís de usar material de descarte, são os novos jeitos de enxergar a produção.
Rede de pesca: a start-up Bureo, criada para combater a poluição marinha, lançou uma linha de óculos feita com redes de pesca abandonadas no Oceano. A intenção foi usar a moda para alertar as pessoas sobre o lixo nos mares. É mais um exemplo de responsabilidade ambiental como mote de produção.
Lente sustentável: a Essilor, multinacional francesa, lançou aqui no Brasil a lente Airwear, feita em policarbonato, único material reciclável usado na fabricação de lentes. Toda água utilizada na produção é reaproveitada e as embalagens são produzidas 100% de papelão reciclável, o que elimina 230 toneladas de plástico por ano. A criação dessa linha para o Brasil quer dizer muito sobre a exigência do consumidor brasileiro.
Por Rafaela Putini
Fotos: Divulgação/ Reprodução
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