Muito se discute atualmente sobre os perigos que cercam a internet. Além da epidemia de fotos e informações pessoais roubadas e disseminadas, também se debate sobre os riscos sociais que a internet traz. Com o rápido desenvolvimento dos smartphones, em pouco tempo nós nos vimos com a possibilidade de acessar a internet de praticamente todos os lugares. Isso, entre outras coisas, pode representar um distanciamento do mundo real.
Mas, e quando a tecnologia está do nosso lado? E quando é ela que nos ajuda a enfrentar problemas que ultrapassam as fronteiras do virtual?
Confira três iniciativas que usam justamente da tecnologia, por meio de aplicativos ou sites colaborativos, para nos proteger dos inúmeros problemas relacionados à violência que marcam nosso dia a dia:
Fogo Cruzado
O aplicativo e site colaborativo Fogo Cruzado faz um mapeamento em tempo real dos registros de tiroteios e de outras situações de violência armada no estado do Rio de Janeiro. No site do projeto é possível ver relatórios semanais, mensais e anuais sobre os números que envolvem as ocorrências. Em 2017, por exemplo, foram 5.993 notificações de confrontos armados, com média diária de 16 tiroteios/disparos de armas de fogo.
Originalmente lançado pela Anistia Internacional Brasil, em 2016, o projeto cresceu de maneira tão rápida que, desde janeiro de 2018, se tornou independente e autônomo. Agora, com mais de 120 mil downloads, o aplicativo Fogo Cruzado começará também a mapear a violência na região metropolitana de Recife, em Pernambuco.
Chega de Fiu Fiu
Criado em 2013, o site colaborativo mapeia lugares em que mulheres já sofreram assédio ou violência. Com mais de dois mil relatos, o mapa abastecido por vítimas e testemunhas constrói um retrato da realidade vivida pelas mulheres brasileiras. Com isso, a iniciativa busca “entender como as áreas com maior índice de incidência podem ser modificadas de forma a torná-las mais seguras para as mulheres e devolver a elas o direito de ir e vir sem medo por esses locais.”
O projeto surgiu da ONG feminista Olga (hyperlink http://thinkolga.com/), que tem como objetivo “criar conteúdo que reflita a complexidade das mulheres e as trate com a seriedade que pessoas capazes de definir os rumos do mundo merecem.”
O Chega de Fiu Fiu deu tão certo que virou documentário. Confira o trailer:
Malalai
O aplicativo traça a rota mais segura para uma mulher se locomover de um ponto ao outro e permite selecionar alguém da lista de contatos, para que essa pessoa possa acompanhar em tempo a real o descolamento da usuária. O projeto também funciona de maneira colaborativa, sendo abastecido pelas próprias internautas, que fornecem informações como condições de luz do local, movimento e horário de funcionamento de pontos comerciais. Dessa forma, é possível traçar rotas que evitam lugares inseguros.
A ideia do aplicativo surgiu após a Priscila Gama, fundadora do app, ler um relato por meio da hashtag “Meu Primeiro Assédio”, outra iniciativa da ONG Olga.
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