Em um mundo tão conectado, com cada vez mais telas e avanços tecnológicos, fica fácil esquecer que os óculos de grau, companheiros fiéis de quem tem dificuldades para enxergar, são também verdadeiras obras-primas da ciência.
Para permitir que os pacientes voltem a enxergar o mundo com todos os detalhes, foram necessários anos de pesquisa, que continuam se desenvolvendo até hoje nos laboratórios de grandes fabricantes, como a Zeiss.
Um dos frutos destes estudos foi o desenvolvimento de novos materiais para as lentes, que passaram a atender mais necessidades dos pacientes e apresentar novas possibilidades.
As primeiras lentes criadas utilizaram como matéria-prima o vidro, por isso, são chamadas de lentes minerais. Para fabricá-las são aquecidos alguns minerais, como quartzo, carbonato de potássio e soda, em temperaturas altíssimas, até que se tornem vidro líquido.
Esse vidro é colocado em moldes que vão determinar se as lentes corrigirão miopia, astigmatismo ou hipermetropia, por exemplo. Depois, cada bloco de vidro passa por todo um processo que o transforma em lente.
Apesar de pioneiras e de boa qualidade, as lentes minerais são bem menos utilizadas hoje, por vários motivos. Durante a Segunda Guerra Mundial, a escassez de matérias-primas levou à busca por novos materiais tão adequados para as lentes quanto o vidro e que também fossem mais fáceis de produzir.
A solução encontrada foram os plásticos, formados por materiais contendo carbono chamados polímeros. O primeiro material deste tipo, chamado CR 39, foi descoberto em 1940 nos Estados Unidos. A partir de então surgiram vários outros polímeros, como o policarbonato e o Trivex. As lentes deste tipo são chamadas de orgânicas e hoje são as mais vendidas no mundo.
Mas afinal, qual a diferença entre orgânicas e minerais? Bom, em primeiro lugar, as lentes acrílicas são mais leves que as de vidro e também mais resistentes à quebra. Por outro lado, podem ser riscadas com mais facilidade. As minerais, no entanto, são mais finas e apresentam excelente nitidez.
Ao longo do tempo, as fabricantes desenvolveram técnicas para reduzir as desvantagens de cada uma delas e oferecer o melhor produto possível aos usuários. Um exemplo são os revestimentos que aumentam a resistência das lentes orgânicas, como o DuraVision, criado pela ZEISS. Durante o tratamento, são aplicadas várias camadas, incluindo antirreflexo e antirriscos que garantem lentes extremamente resistentes à quebra e arranhões.
Conhecer o material das lentes é fundamental para entender qual funciona melhor para cada necessidade e garantir uma visão sempre saudável. Da próxima vez que for até uma ótica, não se esqueça de pesquisar mais sobre como funcionam seus óculos, você pode se surpreender!