Nós já mostramos que a inspiração para os óculos da HB podem surgir de diversas maneiras. Cidades, esportes e festivais alimentam a imaginação dos designers na busca por armações inovadoras. Aliás, não são só designers que buscam inspiração nos acontecimentos do dia-a-dia. Escritores, publicitários, artistas plásticos e, porque não, atletas, também têm seus momentos de criação.
E, muitas vezes, são lugares especiais que ajudam os atletas HB como fonte de inspiração, um lugar para relaxar e, até mesmo, treinar. O skatista Felipe de Carvalho, por exemplo. Natural de Itupeva, no interior de São Paulo, ele tem a cidade espanhola de Barcelona como um dos seus picos favoritos para praticar o esporte. A cidade, inclusive, é mundialmente conhecida como a Meca do Skate na Europa, com suas ruas planas, calçadas largas e escadas de granito. Toda essa infraestrutura surgiu nos anos 90, quando a capital da catalunha sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1992.
Fica também na Espanha outro lugar frequentado pelo skatista. A La Iglesia Skate, parque indoor, surgiu em um igreja construída no ano de 1912 que, após a Guerra Civil Espanhola, na década de 30, foi abandonada.
Ainda assim, quando não pode visitar o velho continente, Felipe diz que qualquer lugar em que ele estiver “com os verdadeiros amigos” pode ser um ótimo pico.
Deixando de lado os half-pipe de madeira e os obstáculos das cidades grandes, Miguel Pupo elegeu três lugares preferidos com muita areia, água e, claro, ondas. O surfista nascido em Itanhaém, que hoje participa do circuito mundial do esporte, o WCT, apontou Maresias e Paúba, ambas em São Paulo, e Restaurants, nas ilhas Fiji, como suas praias favoritas.
A primeira, que fica na cidade de São Sebastião, é conhecida por seus tubos e ondulações. Essas condições fizeram com que Maresias sediasse diversos campeonatos nacionais e internacionais. Já Paúba, que também fica em São Sebastião, impressiona pelas ondas rápidas, que quebram quase na faixa de areia. São elas as responsáveis pelas temidas e famosas “vacas”, popularmente chamadas de “caldos”.
Fechando a lista, no distante Oceano Pacífico, está Fiji, país formado por mais de trezentas ilhas. A praia de Restaurants oferece ondas de até três metros, consideradas como uma das melhores do mundo. No entanto, tamanha perfeição cobra um preço. O pico também é conhecido por ter barreiras de corais extremamente perigosas.
Já mostramos terra e água. Para encerrar, falta o ar. E, quando o assunto na HB é ar, o especialista, com perdão do trocadilho, é Gustavo Areias. O base-jumper acumula uma extensa lista de feitos. São 400 jumps em 90 diferentes “objetos” (antenas, pontes, prédios, etc) ao redor de vinte países do globo. Desses, Gustavo foi o primeiro do mundo a saltar no Sri Lanka, na Ásia, em Moçambique, na África, e no Líbano, no Oriente Médio. Mas, qual dos três é o favorito do jumper? Nenhum. Como bom carioca, o atleta elegeu a Pedra da Gávea como seu ponto de salto predileto. Com quase 900 metros de altura, a montanha é famosa por receber amantes dos mais variados esportes radicais. Em seguida, na lista de preferências do jumper está o vale Lauterbrunnen, na Suíça, que, entre pacíficos chalés, atrai saltadores de todo o mundo para se arriscar seus paredões de 800 metros. Por último, mais um pico nacional. A ponte do Viaduto 13, um trecho ferroviário entre as cidades de Vespasiano Corrêa e Muçum, no Rio Grande do Sul, com apenas 198 metros de altura. E é justamente a proximidade do solo o charme dessa ponte. Erra nesse salto não é uma possibilidade, já que o tempo para reagir é praticamente inexistente.